Uma técnica desenvolvida pelo Instituto de
Ortopedia e Traumatologia (IOT) da Faculdade de Medicina (FM) da USP aponta uma
possível cura para lesões na medula espinhal. As lesões, cuja principal causa é
a traumática, têm como conseqüência possível a paraplegia – mal que ainda não
apresenta cura.
A medula espinhal é responsável pela transmissão de
impulsos nervosos entre o cérebro e os órgãos do corpo humano, permitindo a
mobilidade e a sensibilidade. Suas células, diferentemente do que ocorre em
outros tecidos, não apresentam, por vários motivos, a capacidade de
regeneração. Com isso, a medula pode não recuperar suas funções após uma lesão,
ocasionando a perda dos movimentos e da sensibilidade.
O projeto de pesquisa proposto, coordenado pelo
Professor Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho e pela Dra. Erika Barros,
consiste na utilização de células-tronco para repor as células da medula
lesada. As células-tronco, oriundas da medula óssea, estão presentes no
indivíduo adulto e mantêm a capacidade de se diferenciar em outros tipos de
células se necessário. Do paciente incluído no projeto serão mobilizadas e
extraídas estas células que, após concentradas, serão reinjetadas no local da
lesão. Espera-se que as células-tronco se diferenciem e recomponham a medula espinhal,
reestabelecendo sua função.
O uso de células-tronco no tratamento da lesão
medular é inédito. Em outros centros, os preparados destas células estão sendo
testados para o tratamento de males como lesões cardíacas, infartos e a doença
de Alzheimer.
Além de ser uma técnica inédita, ela tem outro fator de destaque. "Como usaremos células de uma mesma pessoa, não se corre o risco de haver rejeição", afirma Erika. Outro elemento que favorece o andamento da pesquisa é o sucesso em experiências semelhantes realizadas em animais, nos quais as células-tronco cumpriram a função que era esperada.
Além de ser uma técnica inédita, ela tem outro fator de destaque. "Como usaremos células de uma mesma pessoa, não se corre o risco de haver rejeição", afirma Erika. Outro elemento que favorece o andamento da pesquisa é o sucesso em experiências semelhantes realizadas em animais, nos quais as células-tronco cumpriram a função que era esperada.
Apesar destes fatores, a doutora Erika adverte que
não se pode criar falsas expectativas. "A pesquisa está apenas em sua fase
inicial, e serão necessários anos para saber se estamos no caminho certo",
comenta. Segundo a médica, o prazo mínimo para a observação de resultados
positivos da técnica é de cinco anos.
Atualmente, o IOT selecionou 30 pacientes para
serem incluídos no grupo de estudo. Sete destes já tiveram o preparado de
células-tronco extraído do organismo, aguardando agora o processo da
"reinjeção". Deste grupo do IOT, a paciente mais conhecida é a
treinadora de ginástica Georgete Vidor, que se tornou paraplégica após um
acidente automobilístico, em 1997.
Por Olavo Soares
Mais informações: (0XX11) 3069-6888
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